Camille Flammarion foi um dos cientistas mais respeitados do século dezenove. Pesquisador incansável, compromissado acima de tudo com a verdade dos fatos, aproximou-se dos fenômenos mediúnicos, que ocupavam manchetes e auditórios naquela época, e de observadores sérios, como Allan Kardec. Participou do círculo de estudos do codificador e foi o escolhido para pronunciar o discurso de despedida, sobre o caixão mortuário de Kardec. Seu propósito, ao escrever a obra Forças Naturais Desconhecidas, foi um só: demonstrar que tais fatos - mesas girantes e todo o repertório de fenômenos físicos que abundavam na época - eram reais, qualquer que fosse a origem por trás deles. "Obstino-me a somente dizer aquilo que sei, mas o digo. E se aquilo que sei pode desagradar, tanto pior para os preconceitos, a ignorância geral e o bom-tom das pessoas distintas". O famoso astrônomo descreve aqui, de forma minuciosa, um vasto elenco de fenômenos, desde as experiências no grupo de Allan Kardec, as sessões realizadas por ele com a médium Eusápia Paladino, fatos registrados pela Sociedade Dialética de Londres, por William Crookes, e experiências e observações diversas. De todos esses fenômenos, conclui taxativamente: "Eles existem, são reais, e trata-se de forças naturais, embora desconhecidas da humanidade". Esse registro histórico dos fatos, chamados erroneamente de sobrenaturais, é, pois, um documento precioso para se conhecer os primórdios do Espiritismo, o modelo das sessões experimentais da época, e os fenômenos físicos que abundavam naquela ocasião, para despertamento da humanidade. A série Memórias do Espiritismo é composta por obras de diversos autores, editadas pela Conhecimento: Evolução anímica, A alma é imortal, O Espiritismo a magia e as sete linhas de Umbanda, O Espiritismo perante a ciência, Pesquisas sobre mediunidade, As forças naturais desconhecidas, A crise da morte, No mundo dos espíritos.
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